sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cria de Eder Taques Paulo Vinicius faz sucesso na Europa.

De Mato Grosso para a Europa

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Nascido na década de 1980, período áureo do Flamengo, em Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, Paulo Vinícius só poderia crescer a admirar o clube do Rio de Janeiro. Zico era na altura a estrela da companhia, mas ao contrário da maioria dos miúdos da sua idade, o central do Braga, elevado a herói depois de ter marcado o golo que permitiu à sua equipa empatar em Guimarães, não tinha olhos somente para o antigo internacional brasileiro. Na realidade, houve outro jogador que lhe prendeu a atenção e que rapidamente elegeu como modelo.
"Uma vez fomos assistir a um jogo do Flamengo e ele viu Mozer a jogar. A partir daí ficou fã dele", contou, a O JOGO, o seu pai, Jânio Calisto, responsável pela entrada do brasileiro no mundo do futebol. "Levei-o para fazer um teste no Operário e, como tinha boa estatura, foi aprovado. Com 17 anos foi campeão estadual e disputou uma Copa do Brasil", recordou o progenitor, orgulhoso do crescimento do filho, que assumiu sem dificuldades o estatuto de patrão da defesa bracarense, assim como o ídolo, Mozer, fez no Benfica.
Por aquela altura, Paulo Vinícius, que jogou no ataque até aos 14 anos, começava a revelar talento como central e médio-defensivo, e um golo apontado ao Palmeiras, que tinha na baliza o pentacampeão Marcos, serviu para aguçar o apetite de outros colossos do futebol brasileiro. O clube de São Paulo foi o primeiro a avançar, mas o negócio caiu por terra por intransigência do Operário. "O Paulo [Vinícius] chamou a atenção de muitos clubes, e o Palmeiras chegou a conversar com os dirigentes do Operário. Mas estes exigiram o pagamento da multa rescisória, que era muito alta, e ele acabou por ir parar ao Mixto Esporte Clube após uma batalha jurídica", revelou Éder Taques, que se pode gabar de ter sido o primeiro treinador do defesa arsenalista, que tem no currículo ainda uma curtíssima experiência no Corinthians.
Fiel devoto do catolicismo e dedicado no trabalho, Paulo Vinícius não se deixou abater e foi dando passos de bebé até chegar a Braga, onde é um dos intocáveis de Leonardo Jardim. "Não é fácil sair do Brasil para jogar no futebol europeu, e às vezes é preciso ter a ajuda de uma força divina. Felizmente, o Paulo foi descoberto pelo Grêmio Anápolis, que já tinha achado o Vandinho, e deu o salto para a Europa", enalteceu Éder Taques, que ontem partilhava do mesmo entusiasmo de Jânio Calisto relativamente ao golo apontado pelo brasileiro ao Guimarães. "Muitas pessoas de Mato Grosso ficaram agarradas à televisão a torcer por ele. Vê-lo marcar foi uma alegria para todo o mundo. O Paulo está subindo de produção e, se Deus quiser, ainda vai fazer mais golos", vaticinou o pai.

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